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quinta-feira, 9 de junho de 2016

Oito policiais foram mortos no Pará até maio



Os 6 primeiros meses deste ano engrossaram as estatísticas da violência contra agentes da segurança pública do Estado. Policiais militares, civis, bombeiros e até da esfera federal foram alvos de ações criminosas que resultaram em tiroteio e mortes. De acordo com a Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militar do Pará (ACSPMBM/PA), até o mês de maio, 8 agentes foram assassinados e, até ontem, 7 baleados. O mais recente foi o caso do Cabo da PM, Joelson da Silva Souza, atingido com um tiro no abdômen, durante assalto no centro de Belém. Ele segue internado em estado grave desde a última terça-feira (7). 

DURA REALIDADE

A realidade da violência bateu à porta de quem deve proteger. “No momento de descanso, ou mesmo enquanto trabalhamos, nos tornamos alvo dessa epidemia que está alastrada no Estado e que tentamos combater”, avalia o sargento Paulo, diretor administrativo da Associação. A violência não faz distinção de profissão”, diz. Segundo Paulo, os relatos de violência afloram na categoria. 

O diretor da Associação dos Cabos e Soldados explica que a Lei de Organização Básica da Polícia Militar prevê o efetivo ideal de 31.700 militares distribuídos no Pará, para atender a demanda. No entanto, atualmente, cerca de 14 mil estão na ativa. “Há falta de recursos, reajuste salarial efetivo, moradia e carga horária exaustiva”, critica. “Na verdade, é um conjunto de fatores que tem deixado todos desmotivados”, detalha o representante da categoria, indignado.

Sindicato aponta incapacidade do Estado 

Para Antônio Aragão, diretor financeiro do Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil (Sindpol), a atual situação que envolve policiais reflete a ausência do Estado. “Quando os autores de crimes atacam os policiais, estão mostrando que o Estado está perdendo a guerra”, aponta.

Quando policiais são baleados ou assassinados, geralmente os criminosos roubam as armas, “demonstrando a incapacidade do Estado de gerir essas situações”, exemplifica o diretor. 

Aragão diz ainda que é preciso mudar a cúpula da Segurança Pública do Pará por um grupo que seja eficiente e comprometido com a sociedade. “Caso não haja mudança, a população vai fazer justiça com as próprias mãos, dando lugar a barbárie”, prevê Antônio Aragão. 

OUTRO LADO


Em nota, a Secretária de Estado de Segurança Pública e Defesa Social reafirma que os agentes de segurança recebem, em suas formações na academia, as instruções necessárias de prevenção da integridade física deles, assim como são orientados a resguardar os cuidados com o armamento que utilizam na rotina do trabalho ou possivelmente fora dela. O texto diz ainda que “os policiais são submetidos a treinamentos e capacitações, regularmente, de maneira a atualizar as técnicas de prevenção da criminalidade e da violência que podem estar expostos no exercício da atividade de proteção dos cidadãos”, encerra.

AGENTES DE SEGURANÇA ASSASSINADOS

Período: 01/01 a 31/05/2016
18.01 - Soldado BM Anderson Carlos Zeferino Leal
05.02 - Cabo PM Jackson Mendonça
07.03 - Cabo PM Luiz Carlos Gonçalves de Lima
22.03 - Subtenente PM Carlos Marcos de Oliveira Pimentel
18.04 - 3º Sargento PM Marcos Rak Eduvirgem Rodrigues
15.05 - 3º Sargento PM Junior Cardoso Vaz
15.05 - Sargento PM Júlio Cardoso Paes
27.05 - Investigador da PC Mário Soares da Rocha 


Fonte: ACSPMBM/PA
(Michelle Daniel/Diário do Pará)

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